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sábado, 30 de outubro de 2010

RUM (DEFINIÇÃO)


Famoso por ser a bebida dos piratas do Caribe, o rum sempre me passou batido como sendo apenas o ingrediente alcoólico da Cuba Libre e nada mais. Perdido nesse deserto de informações que é a mídia brasileira, foi apenas em avançada idade que eu pude constatar a maravilhosa complexidade dessa peculiar bebida, oriunda das ilhas mais simpáticas da América Central.





As bebidas fermentadas feitas a partir do extrato da cana-de-açúcar (a popular GARAPA) são tão antigas quanto a própria cultura dessa planta. Já há milhares de anos atrás, os malaios produziam uma bebida chamada brum, que não tinha relação alguma com as corridas automobilísticas. Marco Polo, em suas famosas viagens, também encontrou esse "vinho de açúcar" quando estava no Irã.



O que os caribenhos fizeram foi começar a destilar essa bebida, a partir do século XVII. Os escravos pegavam o melaço, sub-produto do processo de refinamento do açúcar, e o fermentavam, destilando posteriormente o líquido para obter algo parecido com o que hoje conhecemos como rum. Diz a lenda que isso aconteceu na ilha de Barbados, e a bebida era chamada de rumbullion, ou kill-divil. Ou seja, era uma bebida tão forte que matava até o capeta!



Nessa época o rum se tornou bastante popular no Caribe e posteriormente em outras colônias britânicas. Eventualmente, a colônia que mais tarde ficou conhecida como Estados Unidos da América criou sua primeira destilaria de rum, em 1664. George Washington, em sua festa de posse, fez questão de servir um barril de rum barbadense a seus convivas.



Foi então que o rum começou a ser associado com os piratas e marujos em geral. Quando a marinha inglesa capturou a ilha da Jamaica, em 1655, os ingleses substituíram a ração diária de brandy francês de seus marinheiros por rum jamaicano. Por volta de 1740, os marujos e jamaicanos em geral já estavam misturando seu rum com suco de limão e/ou água, uma mistura que ganhou o apelido de grog. A marinha inglesa continuou dando essa ração de rum a seus marinheiros até 31 de Julho de 1970!



Existe uma lenda muito interessante dessa época. Dizem que o corpo do almirante Nelson, morto na batalha de Trafalgar, foi colocado dentro de um barril cheio de rum para que o cadáver fosse preservado durante a viagem de volta à Inglaterra. Quando o navio chegou e o barril foi aberto, o líquido havia desaparecido: marinheiros teriam aberto um buraco no barril e bebido todo o rum, misturado ao sangue do almirante morto. A história é provavelmente mentira, mas até hoje na Inglaterra algumas pessoas chamam o rum de sangue do Almirante.

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