Ao ser consumida, a bebida alcoólica vai direto para o estômago – onde é absorvida.
“Cada vez que uma pessoa ingere uma bebida, o etanol é metabolizado no fígado, cria uma lesão, e depois cai no sangue, sendo levado até o cérebro”, explica Eloiza Quintela, especialista no tratamento de doenças do fígado. Resultado: sensação de euforia e desembaraço.
Porém, aos poucos, passa a ter efeito depressivo e acaba causando sonolência e diminuição dos reflexos, um perigo especialmente para quem vai pegar no volante depois.
“Apenas 5% do álcool ingerido é eliminado diretamente pela expiração, saliva, transpiração e urina”, ressalta Eloiza. “O restante passa rapidamente para a corrente sanguínea através das paredes do estômago e da parte superior do intestino delgado sem sofrer qualquer transformação química”.
No sangue, o álcool é transportado pelos vasos para diversas partes do organismo, passando pelo “grande purificador”: o fígado. A decomposição da substância ocorre lentamente, a uma média de 0,1 g/L por hora.
Até que tudo volte ao normal, o cérebro já foi atingido e a pessoa perde suas capacidades sensoriais, perceptivas, cognitivas e motoras. Nesta fase, o festeiro já não consegue andar em linha reta perfeitamente.
**Coitado do fígado
O processo para “limpar” o sangue é demorado. O fígado leva em média uma hora para processar um drinque. Se uma pessoa bebe três caipirinhas, o corpo fica sobrecarregado, com muito álcool para eliminar. No caso de festas consecutivas, com algumas semanas ingerindo de quatro a cinco bebidas diariamente, as células do fígado começam a acumular gordura.
**Perdendo a cabeça
O álcool age como um anestésico, afetando o sistema nervoso central. Beber demais é intoxicar o organismo, e os efeitos variam de pessoa para pessoa, embora os mais comuns sejam fala arrastada, falta de coordenação motora, aumento da autoconfiança e euforia (em alguns, a bebida condiciona um comportamento mais prostrado). “O desempenho intelectual e motor, e a discriminação sensitiva, são também prejudicados”, aponta Eloiza. Significa dizer que o bêbado em geral acha que está com tudo, mas não está com nada.
Se a situação não for tão drástica, uma boa pedida é consumir muito chocolate, biscoitos e frutas, para “equilibrar” a quantidade de açúcar no organismo. O fígado de um bêbado provoca a redução da mesma no sangue (hipoglicemia). Por este motivo, a injeção de glicose é uma prática comum em hospitais.
**O dia seguinte
“O gosto de guarda-chuva na boca, dor de cabeça, estômago embrulhado e indisposição são sintomas de ressaca, que poderá marcar o primeiro dia do ano novo de muita gente”, comenta Eloiza. “Se você bebeu demais, pode começar a se preocupar em prevenir a dor de cabeça, conseqüência comum da intoxicação aguda pelo álcool”.
Segundo a especialista, o álcool inibe a produção do hormônio antidiurético (que “segura” a água do corpo), fazendo o beberrão visitar o banheiro várias vezes ao longo da festa. “A cabeça dói porque, literalmente, os neurônios sentem sede”, explica.
1 – ingerir muito líquido, porque o corpo está desidratado (a água dilui o álcool e facilita o trabalho dos rins e do fígado);
2 – consumir alimentos de fácil digestão, como frutas, e pão, batata e massas para obter glicose;
3 – repousar em lugar escuro e sem barulho (a dor de cabeça costuma aumentar a sensibilidade à luz e som), s
4 – tomar analgésico para dor de cabeça (tem efeito analgésico e cafeína, que contrai os vasos sanguíneos dilatados pelo álcool).
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